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terça-feira, outubro 25, 2011

Saudades

Eu gosto quando você se vai...
Sempre que você vai, ela vem,
Você sai, ela chega...
Ficamos juntos até você voltar.
Às vezes ficamos juntos, perto de você,
E você nem sabe, você não ver.
Quando ela está comigo eu gosto mais de você.
Às vezes quando você dorme,
Eu fico horas e horas com ela até o sono vir.
Ela me aquece quando estou sozinho.
Ela está comigo desde você,
Às vezes eu quero que você vá para algum lugar,
E fique longe por uns tempos, só pra eu ficar com ela.
Não que eu goste mais dela do que de você;
Mas eu gosto dela porque ela me faz gostar mais de você.
Penso que é a culpa por ficar com ela quando você vai,
Mas depois, percebo que é como se lembrar de como era antes.
Eu gostava muito mais de você e ficava muito mais com ela,
Eu não gostava de ficar com ela, preferia ficar só com você...
Mas eu fechava os olhos diante de você, e ficava com ela.
Quando agente se beijava, eu ficava sempre com ela, após.
Antes, eu pedia era para ela ir, para eu ficar com você. Hoje, não...
Eu quero ficar mais é com ela.
Ela me faz lembrar do tempo em que eu só queria ficar com você,
Por isso eu preciso dela, porque ela me faz gostar de você como antes.
Não é que eu não gosto mais de você,
Mas quanto mais eu fico com ela, eu gosto mais de você.
Por isso vá agora, e me deixe aqui sozinho com ela:
Saudades...

Elson de Andrade

sexta-feira, outubro 14, 2011

Nós somos culpados

Vejo notícias sobre a explosão do restaurante no Rio de Janeiro. Ouço falarem sobre as pessoas que perderam suas vidas de forma lamentável; nas entrevistas, os parentes revoltados, sempre tem um parente revoltado.
“É culpa das autoridades, é a ausência de fiscalização é a impunidade, são os políticos, diz o entrevistado revoltado pela perca do ente querido.”
A mídia levanta índices sobre as irregularidades em estabelecimentos semelhantes, as autoridades dizem que intensificarão as fiscalizações, a oposição diz que vai criar mais uma lei para punir os culpados e lamenta a “irresponsabilidade” do atual governante.
O problema é que essa lei já existe, as fiscalizações existem. Não funcionamos porque de fato, somos irresponsáveis, somos um povo irresponsável, somos pessoas que só agimos mediante o impulso da tragédia, da morte de um ente querido, da catástrofe ou da perda.
Somos um pavio aceso pela desgraça, queimamos intensamente até que nossa mente se acostume com a ausência da perca, e voltamos a sermos naturalmente nós, andando de forma natural sobre o caos, ignorando o vizinho assassinado, os garotinhos que usam entorpecentes perto de nós e os bilhões roubados diariamente pelos nossos “representantes”, ignoramos a corrupção e seguiremos assim até a próxima tragédia.
Enquanto tudo está calmo, nossos familiares estão bem e nenhuma desgraça atingiu a nossa família, somos pessoas despreocupadas com tudo, somos meros passivos, funcionários dos nossos empregados, espectadores enquanto a empresa a qual somos sócios é roubada de forma descarada pelas pessoas que escolhemos para “administrá-la”.
Não queremos ser fiscalizados, fazemos de tudo para evitar pagar impostos, compramos produtos piratas, roubamos pequenas coisas e elegemos o candidato que nos dá o melhor sorriso ou o que pague mais pelo nosso voto. Queremos ficar ricos e de preferencia sem trabalhar, se for trabalhando, não nos importamos em quantas pessoas estamos destruindo pelo o nosso próprio bem.
Compreendemos só o que é do nosso interesse, matamos várias pessoas todos os dias com a nossa ausência, com as escolhas que fazemos pensando só em nós, enriquecemos pessoas de caráter duvidoso simplesmente porque fomos “ajudados” por elas, compramos produtos baratos quando não queremos gastar muito e não há problema nisso, o problema está em comprar o mais caro para nos mostrar de forma superior para as pessoas que desejam e não podem adquirir um determinado produto.
Não vamos agora, culpar todas as outras pessoas e nos esquecer de nós, ates de um politico culpado, há uma pessoa que pensando só nela, votou nele. Antes de uma fiscalização não atribuída há um dirigente de departamento que, pensando só nele, não a determinou. Antes de uma fiscalização não feita, há o encontro de um empresário pensando só nele que corrompeu uma autoridade, a qual pensando só nela, se deixou corromper. E quando tudo isso foi visto por alguém, pensando só nele, esse alguém não notificou como deveria.
Então, a culpa é nossa, não importa quem matou os nossos entes queridos ou quem explodiu o que, queremos só culpar e punir alguém e faremos isso pensando só em nós, porque a nós não interessaria a punição se ela fosse do interesse de todos.
É triste, mas somos exatamente assim: culpados...

Por Elson de Andrade

sábado, setembro 24, 2011

Palavras que eu disse

Olha, muitas pessoas usam de muitas palavras e não dizem nada.
Eu usei muitas palavras, porque precisei dizer muitas coisas.
E disse muitas coisas...
Mas agora percebo que tudo que eu disse, soou como o barulho do carro
que passa em frente a sua casa, esse que se vai no mesmo instante
Agora, eu não quero dizer mais nada e nem preciso dizer.
Desejo que você vá e seja feliz.
Espero que chore e que eu possa te ver chorando.
Não, não quero que sofra.
Eu só quero estar certo de que você tem coração.

Elson de Andrade

segunda-feira, março 15, 2010

Lembrar de te perder em mim

Eu pensei nas marcas que deixei em ti.

Pensei nos beijos que pensei em dar,

Pensei nos sonhos que sonhamos juntos,

Na hora bela de ir se deitar...

Pensei em mim, dentro de outro alguém,

Em fazer as coisas de me sentir bem.

Eu quiz mais de mim e não pude me dar,

Eu que fui embora sem me aproximar.

Te tive em minhas mãos e não quis te tomar,

Me vi em tuas mãos , mas me privei de dar,

Rica menina boba em busca de nada.

Rebeldia injusta sem sentido vão.

Fácil menina noiva e casado eu.

Bobo rapaz deseja o apartamento teu.

Uma vida de luxo e infelicidade.

Eu fugi de tudo, mas sinto saudades.

Não sou mais feliz pois é dificil ser

Não sei mais de ti nada posso dizer.

Lástimas....

Sínico...

(Risos...)


Elson de Andrade

sábado, setembro 26, 2009

A busca

Eu me procurei por todos os cantos nesses ultimos dias.
Não sei em qual momento eu sai de mim.
Nem sei em qual momento vou voltar.
Eu me encontrei com Deus.
Ele sorriu para mim,
Me estendeu as mãos
Estava tudo claro, límpido demais.
Estava frio...
Eu coloquei as minhas mãos sobre o meu peito.
Estava molhado.
Algo quente saia de mim.
E então percebi,
Vermelho escuro sobre o branco límpido.
Decia das minhas mãos para os meus braços.
Para o meu corpo.
Por um instante, eu vi a escuridão.
As pessoas corriam em volta.
Fui retirado do lago vermelho,
Anjos vestido de branco me levava.
Ainda me procuro...
Emboa eu sinto a minha presença aqui;
Me sinto aqui o tempo inteiro,
Eu abraço o meu filho, beijo a minha esposa...
Deito em minha cama,
Mas não consigo me encontrar...

Elson de Andrade

quinta-feira, setembro 24, 2009

FIM, AMIGOS,IDEIAS

Eu deixei de me decepcionar com as pessoas...
Eu não acredito mais nelas,
Me sobraram uma dúzia de amigos, antigos e atuais.
Confio neles, mas não acredito nos mesmos,
As vezes é pior deixar de acreditar do que simplesmente confiar.
Eu me perdi nos meus sonhos bestas,
Eu deixei alguns amigos obsecados por mim...
Minhas ideias os encheram os olhos,
Quem me dera se tivessem roubado minhas ideias.
Seria como um filho meu na barriga de um maníaco qualquer.
Seria um sonho meu desdurmindo um outro homem bobo...
O melhor e mais bonito, é que depois de tudo, ainda seria um sonho meu,
Ainda que eles criassem um filho meu, eu sabia que jamais o fariam outra vez
E com a mesma perfeição.
Mas não, eles insistiram em matar minhas ideias.
Hoje eu sou um psicopata alucidado,
Não tenho tempo de ter ideias,
Tenho ideias que não tiveram tempo de existir...
E só penso nessas ideias,
Não nas ideias que vou ter, mas nas ideias que perdi.
Elson de Andrade

domingo, junho 21, 2009

Mundos

Eu me dei conta que você se foi...
Fiquei por alguns instantes olhando as fotos da mulher por quem me apaixonei;
Chorei...
Você é linda,
Mas se foi...
É triste...
È mais triste ainda, o fato de você estar aqui.
A mulher da minha vida queria mudar o mundo;
Queríamos mudar o mundo juntos.
Hoje,
Eu passo mais tempo me esforçando para te trazer de volta,
Do que construído algo para nós dois.
Eu te magôo nessa tentativa.
É como quando alguém quer se matar
E as pessoas que tenta te trazer para a vida
Transforma-se de uma hora para outra em seu inimigo.
As coisas mudarão com o tempo,
Talvez quando você se for de vez
Ou quando eu partir de vez
Ou quando eu morrer.
Eu desejo que fique bem com o nosso filho.
Por mais que eu tente agora,
E mesmo que você volte.
Vou tentar construir o melhor mundo para o nosso filho.
Você matou o nosso mundo.
Eu prefiro assistir você destruindo o nosso amor.
Não que eu seja masoquista, nem que deseje isso.
Apenas prefiro garantir que o nosso filho fique bem.

Elson de Andrade

sábado, janeiro 03, 2009

(Apologia a se diferenciar)

Eu me matei ontem a noite,

Eu descobri que tem que ser assim...
Devemos nos matar sempre,
Me sufoquei por alguns instantes.
Vi meu olhar turvo,
Meu rosto ficar roxo,
Meus olhos com veias avermelhadas,
Uma lágrima única.
Vi todos os meus pensamentos se esvair
Um a um...

Eu pude me sentir na pele de um suicida,
Eu vi. Eles não querem morrer.

Mas quando puder,
Matem-se a si mesmos.
O melhor não é morrer,
Nem se ausentar, isso não vai acontecer.
O melhor mesmo
É ressuscitar todas as manhãs
E viver uma nova vida
E sonhar novos sonhos

domingo, setembro 28, 2008

Os fatos sobre as poses

Tire as suas roupas para mim baby,
Solte os seus cabelos, me olhe descaradamente.
Alimente o seu desejo, monte um cavalo, nua.
Mostre-se para mim, para as minhas lentes.
Você sabe que o mundo vai te ver,
Você deseja que isso aconteça. Você se conhece bem
Você sabe o quão boa é.
Escorrega o corpo sobre o ar de um lado para o outro.
São muitas fotos suas.
Tire as suas roupas para mim.
Mais uma vez...
Você quer um mundo diante de você
Uma porção de lábios molhados
Uma infinidade de desejos e elogios,
Um volume imenso entre as pernas cruzadas
Um homem nu
Uma cama na imaginação de um lugar longe do quarto.
A imagem do seu banho,
Da forma como cobre as partes menos importantes do seu corpo
E como abre as portas do desejo,
Escreve sentimentos de lascívia no espelho.
Luxurias,
E a volta pra realidade, quando eu nem interessava mais.
Eu fecho, “Os Fatos sobre as Poses”

Elson de Andrade

Nós dois

Hoje eu me perguntei:
Que parte eu fiz da sua vida?
Que parte eu tirei dela?
Eu perguntei a ela dentro de mim:
Que parte fez da minha vida?
Qual parte levou dela?
Olhei outra vez as suas fotos.
Senti-me como no ultimo dia de estar contigo.
Não importa quantas desculpas você me pediu.
Eu não esperava nenhuma, eu te desculpei,
Eu não perdi nada.
Eu não queria ser livre,
Você queria...
Eu estou preso, você está livre
Não posso dizer que está feliz,
Eu estou feliz.
Sua felicidade é só tristeza.
Minha tristeza é só a ausência de felicidade na sua a felicidade.
Eu estou aqui... Você está aí.
Eu sou três agora, e você, você continua sendo muito mais.
Eu sou minha família, família.
Você é sua família, amigos.
Alguma coisa ainda nos une.
São só pensamentos e as palavras.
“Eu” e “Você”.

Elson de Andrade

sábado, setembro 13, 2008

Restam lembranças

As coisas pedem a graça um dia... É inevitável tentar construir uma fortaleza em volta da estabilidade das coisas.
Seus amores e as coisas que você deseja muito ou gosta, terão cada vez menos importância para você; quando se perceber isso, acalme-se, não é você mudado as coisas, são as coisas mudando você, não é você mudando o mundo, é o mundo mudando o seu mundo.
Eu não sou pessimista, alias, não entendo muito bem isso. Sou só verdadeiro, e não estou querendo mudar sua forma de ver o mundo, porque mesmo a sua forma de ver o mundo, pode ser entendida de diversas maneiras, mas há uma coisa que estou tentando fazer com você, estou tentando fazê-la enxergar o mundo como ele é, e não como ele o é apresentado, a não ser que o mundo se a apresente para você assim, como o estou apresentando.
Você vai perder o gosto pelas coisas que amava fazer, se deparará com outros gostos os quais serão desenvolvidos dentro de você chegará ao ápice do desejo de gostar e depois se acabará.
O mesmo acontecerá com outros gostos e desejos seus.
Isso ocorre a todo instante, a verdade é que estamos muitos empolgados com os novos gostos que adquirimos, de um jeito que não percebemos quando as antigas coisas que gostávamos de fazer são deixadas de lado, elas estão indo para sempre.
Às vezes tentamos nos iludir com a idéia de que as coisas nunca morrem. Como entender isso, se as coisas nascem para morrer? Basta não entender, existem coisas que morrem, mas continuam vivas, existem coisas vivas que permanecem mortas, existem certas coisas e existem coisas certas.
Quando eu falo dos seus gostos e desejos, eu falo do namorado que tinha ou da namorada, das cartas que adorava escrever para o outro (a), eu penso no amor, porque o amor também morre, mas o amor ressuscita, mesmo morrendo depois, ele ressuscita novamente e depois, novamente...
Portanto, aproveite o gostar de agora o desejar de agora, ele é único e nunca é como o dos outros dias, aliás, você nem sabe se haverá outros dias e se houver, são incógnitas pelas quais provavelmente não perderá o seu tempo tentando descobrir.
Escreva o máximo de cartas, beije o máximo de beijos, erre o máximo de erros, goste mais, ame mais, sinta muito mais.
Deseje.
Deseje mais, quera.
E o que tens de ontem é o que sobrará amanhã do dia de hoje e que poderão ser boas ou ruins, porque morrer é matar...

As lembranças.

Elson de Andrade.

sábado, agosto 16, 2008

EM CERTOS MOMENTOS

Em certos momentos,
Você morre.

Você tem a sensação de ser eterno.
Você olha o Sol como se ele nuca fosse se apagar,
Talvez ele não se apague, mas...
Bem, mas logo você perceberá...
Depois você perceberá o que vai perceber.

Você se olha no espelho do quarto,
Se olha no espelho do banheiro,
No espelho da sala,
No vidro da porta...
Você sai por alguns instantes.

Você se olha nos vidraças das casas,
E na rua movimentada,
Você se ver com outras pessoas...
Você se ver nos vidros dos edifícios.

Você sorrir para você...
Você para...

Eterno!

É o momento em que você se imagina,
De uma forma que se lembrará para sempre.

sexta-feira, janeiro 04, 2008

O Blog

Não queira entrar em um novo ano sem nada dizer ao meu Blog.

Hoje vi lindas pessoas,
Vi lindas paixões,
Vi a mim mesmo.

É olhando para o sucesso próximo que escrevo.
Perdoe-me querido Blog, se as vazes te encho de vírgulas e pontos
Eu adoro as pausas e sinto o texto vazio quando tento dizer tudo
Em um curto parágrafo.
Eu me perco...

E quando pulo para a linha seguinte, acho o desenho do texto tolo
Se não finalizo com ponto e a inicio com letras maiúsculas.

Vou te dizer uma coisa querido Blog,
As pessoas podem até pensar que não me importo com você.
Falo de você a algumas poucas pessoas e escrevo pouco em você.
Não é que eu não pense em você, nem a ausência de idéias.
Penso muito em você, e tenho muitas idéias,
Mas toda vez que venho até você, escrevo sobre as coisas que penso
No momento.
É como se os pensamentos de antes não fossem importantes
Como os de agora.

Mas a grande verdade é que penso em tantas coisas
Que me perco na hora de dizer as coisas de antes, mas eu as tenho.

Vou te confessar uma coisa...
Eu ia falar de um amor errado que sinto,
Das coisas que incito os outros a viver,
Dos prazeres ocultos na mente das pessoas,
Da mascara da felicidade que todo desejo esconde.
Da pluralidade do amor.
E da minha definição liberal de tudo isso.

Elson de Andrade



quinta-feira, agosto 30, 2007

Um tiro no escuro.

Um vestido longo e preto;
Uma perna do lado de fora do carro parado;
Um salto.

O quadro de vidro, um porta-retratos;
Reluzia no interior do carro escuro;
Um cartão de créditos...
Outras garotas ricas;
Outro garoto ria.

Uma trilha branca sobre o vidro, porta-retratos,
Uma nota de cinqüenta em forma de canudo,
Com o cartão construíam a trilha,
Com o canudo, um tiro certeiro no alvo da lucidez...

Continuei meus passos leves,
E em silencio,
Desenhava a história de uma menina rica...

Não tive tempo, para os próximos minutos de insanidade,
Mas pela volúpia que iam ao pó branco...
Fico imaginando a fragrância daquele perfume.

Elson de Andrade

sábado, junho 30, 2007

Você no pensamento

Me peguei besta e pensante
A poesia invade repentinamente
O rosto no retrato da brava menina
Penso no morrer de manhã cedo
Você no vestido de alças realçando os seios
Afinando a cintura
Despenteado cabelo sobre o rosto
A ponta da orelha
A língua
A imagem invertida no retrato
O retrato
As outras pessoas
Você
Como presenciando uma alma penada
Os pêlos do braço se levantam
O abdômen se contrai
A pele pálida o frio
O corpo espasmo esguio
O vento ausente
Calmo
Quente
Quanto
Um tanto estranho
Rápido demais para ver
Você passando no meu pensamento.

Elson de Andrade

sexta-feira, junho 22, 2007

Outras coisas

Adoro a inspiração
Pensar nos amigos distantes;
Fotos poucas do grande irmão, ver
... A poesia
Deixar distante do sujeito o verbo
Amar, amar e amar...

Meu corpo todo arrepiado
Meus dentes em um misto de dor e cócegas.
A mulher do outro, amada
O lugar de viajar amanhã
Tudo pensamentos vêm

Bombas e espadas,
Traques e chuvinhas
Brincadeira besta de São João.

Rever amigos velhos novos
Tomar quentão
Pular a fogueira
Esquece de tudo que aprendi,
Só por um instante
Ne’stante, logo
Daqui a algumas horas.

quarta-feira, março 21, 2007

Tributo a uma solidão ausente

Olho sua imagem apagada pelo tempo,
A clausura de um sorriso me sorrir...
O sabor cavado de outros beijos.
Um pingo de lágrima sobre a foto;
Eu, quase derrotado...
Saudades, saudades.

Um outro pingo, quase uma imensidão de lágrimas.
Eu chorando...

O tempo passa lento, calmo...
Não há mais graça se você voltar;
Tudo me consome a todo instante.

Vejo outros casais;
Perco a concentração,
Meus olhos se privam do fechar.
Tenho insônia,

Me recordo instantes de pensar,
Você sorrir na minha lembrança.
Eu perco o sentido das palavras,
Escrevo besteiras,
Descomponho meus textos...
Escrevo mais um pouco
Besteiras, besteiras.

Depois me atento:
É só desejo de você ficar,
De te sentir todas as noites, todos os instantes...
De poder te ver enquanto durmo,
De te tocar enquanto os metros nos separam.

De morrer de ti,
De você aqui...

Eu rasgo o meu tributo,
Entro nos eixos...
Eu vivo.

Elson de Andrade

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Se descobríssemos que tudo é mentira?

Aparecer depois de um tempo, é dizer que as lembranças nunca morrem.
É impossível acreditar na ida para um lugar, onde estamos sempre com as pessoas que amamos, com os velhos amigos, com as velhas namoradas.
Nossos pensamentos vagam, agora, em outras cabeças...
O silêncio e acalma fazem as pessoas se aproximarem de nós...
E se descobríssemos que tudo é mentira?
Que não há lugar para onde ir ou para onde ficar, para onde fugir?
Que não existe os livros que haviamos lido?
As notas que haviamos tocado, o som, a música?
Se descobríssemos que somos sopráveis, leves folhas ao vento?
Se descobríssemos que durante todo o tempo fomos o nosso próprio medo e deixamos de fazer inúmeras coisas em função dele, em função de nós mesmos?
Ainda é cedo para dizer,
Mas em princípio, tudo é quase mentira...

Elson de Andrade

terça-feira, janeiro 30, 2007

Último

Eu que não me entristecia,
Triste agora
Eu nuca tomei pílulas para dor
Eis aqui as últimas cápsulas,
Eu que não fumava,
Chutei o cinzeiro pela boca,
Eu que me mantinha calmo
Quebrei os últimos copos
Rasguei as últimas calças
Compus as últimas músicas
Distingui o último acorde
Quebrei as últimas cordas
Risquei a última estrofe...
Eu que não mais desenhava
Pincelei teu último olhar
Teu último sorriso
Teu último pensar
Eu que sempre guardei tudo
Joguei tudo fora, agora.

Eu que sempre disse tudo
Me calo...

Elson de Andrade

segunda-feira, janeiro 29, 2007

Sinto saudades de "mim" mesmo

Sinto saudades de mim mesmo,
Dos cabelos longos, soltos, duros...
Da calma...
Da loucura louca de viver,
Só por um segundo

Dos amigos vivos, mortos;
Do silêncio calmo, triste...
Da distância próxima, cega.

Restam-me saudades de mim mesmo
Do mundo, do absurdo, do nada...
Saudades dos beijos que me dei,
Das palavras que deixei sair da minha boca,
Da tua boca...

Do sabor amargo do teu corpo,
Do cálice...
A quentura da tua alma
No céu da minha boca, louca.

Embriagava-me ao teu lado,
Jogava-me diante de ti;
Deixava-me...
Deixava-te,
Sozinho (a)

...


Elson de Andrade